Hoje em dia o Benfica é, em todas as suas vertentes, um clube com a Mania das Grandezas.
O Benfica é o maior clube português, pelo número de adeptos que tem, pelo número de sócios que tem, pelo número de títulos que tem, pelo que desde sempre representou para o país. No entanto, o Benfica sempre foi um clube humilde, um clube com raça, um clube que fazia questão em ter sempre presente as suas origens.
Que origens? As origens dos seus fundadores, a origem do seu símbolo, a águia e o que ela representa, o origem do seu lema "E Pluribus Unum", a origem das suas gentes. A forma como sempre lutou por objectivos, sendo a odisseia dos campos onde jogou um perfeito exemplo do que digo. Reza a lenda que foi com a ajuda dos sócios e adeptos, carregando às costas sacas de cimento, que o Benfica conseguiu finalmente construir um campo próprio, o antigo Estádio da Luz. É bem verdade. Mas não era a primeira vez. Já no Estádio das Amoreiras tinha acontecido algo semelhante. Outro facto que demonstra bem as origens do clube foi a mudança para o Campo Grande, campo abandonado pelo Sporting por falta de condições, mas que serviu para o Benfica, que novamente com a sua capacidade de trabalho, conseguiu erguer um estádio que causou estupefacção à altura....afinal tinha sido abandonado pelos burgueses e era agora um estádio majestoso.
Este era o Benfica, estas foram as origens do Benfica, um Benfica que contra todas as adversidades, lutava, trabalhava e vencia....em todas as vertentes. Não haviam desculpas esfarrapadas, havia capacidade de trabalho para ultrapassar os problemas que iam aparecendo, com humildade.
Hoje tudo é diferente. Todos se desresponsabilizam, todos arranjam desculpas. Querem-se nomes famosos, bem falantes. Querem-se jogadores pomposos. Ninguém se responsabiliza, ninguém dá a cara, tudo serve de desculpa. Prefere-se o nome à capacidade de trabalho, à qualidade.
Não é um problema apenas das últimas direcções do Benfica, é e muito, um problema dos sócios e adeptos do Benfica hoje em dia. Tudo com a mania das grandezas.......os poucos que hoje fossem capazes de carregar sacas de cimento para ajudar a construir algo para o Benfica, seriam apelidados por outros, de saloios e outros termos. Qualquer dia quem leve a bucha, o farnel para os jogos será apelidado campónio......
Treinador para o Benfica? É pá tem de ser o nome grande do futebol europeu! Cabelos brancos, discurso de 4ª classe...não interessa. Capacidade de trabalho, qualidade no trabalho apresentado, isso interessa lá para alguma coisa? Somos os Maiores, temos de ter um treinador com nome!
Jogador para o Benfica? É pá tem de ter nome no futebol europeu ou então internacional de alguma coisa! Escolher jogadores de raça, de capacidade de trabalho, humildes, com ambição? Não! O que interessa é que tenham nome na praça, nem que venham emprestados (grandeza?).
Presidente para o Benfica? É pá tem de ser notável! Se aparecer alguém que ninguém conheça, que não seja gestor de alguma coisa importante, é um oportunista. Não importam para nada as suas ideias, os seus projectos. Não interessa avaliar estas coisas, não interessa avaliar a sua capacidade de trabalho, tem de ser notável e tá feito! O melhor é quando o notável se torna num populista de primeira, aí é um herói.
O Benfica precisa de se reencontrar com as suas origens, o Benfica precisa de voltar a ser um clube humilde, um clube que fazia da vontade de ganhar, em todas as vertentes, a sua força. Um clube que não vire a cara à luta. Chega da Mania das Grandezas!
Somos a Raça, a Força e o Querer, Benfica Vencer, Vencer!!!
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